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NELSON RODRIGUES SOB A LENTE DO ARMAZÉM CIA DE TEATRO
 Depois do grande sucesso nas temporadas carioca e paulista, o Circuito das Artes traz para Petrópolis o espetáculo “Toda Nudez Será Castigada”, de Nelson Rodrigues. A peça narra o encontro entre o austero Herculano com a prostituta Geni, cuja história é regada a muito amor, sexo, ciúme e traição, culminando em tragédia. Petrópolis em Cena assina a produção local.
A Secretaria do Estado de Cultura, através do projeto Circuito das Artes, traz para Petrópolis o espetáculo teatral Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues, com Armazém Cia de Teatro. O espetáculo, que terá produção local assinada ela produtora Petrópolis em Cena, ocorre no dia 5 de fevereiro (sexta-feira), às 21h, no Theatro D. Pedro. O público petropolitano poderá conferir a adaptação para os palcos do texto de Nelson Rodrigues, que conquistou o Prêmio Eletrobrás de Teatro 2006, nas categorias de Melhor Iluminação, Melhor Cenografia e Melhor Figurino, e o Prêmio Shell de Teatro 2005 nas categorias de Melhor Direção (Paulo de Moraes) e Melhor Iluminação (Maneco Quinderé). A estrutura narrativa de Toda Nudez Será Castigada foi o que seduziu a companhia nessa montagem de Nelson Rodrigues (1912-1980). A peça começa pelo fim, com a voz de Geni (Patrícia Selonk) em um gravador: "Herculano, quem te fala é uma morta. Eu morri. Me matei”. O autor abre mão da surpresa, o suicídio da protagonista. A história aparece em flash-back e a ação se constrói com fragmentos de memória do austero viúvo e chefe de família Herculano (Thales Coutinho), que quer tirar a musa da prostituição. Mas tudo termina em tragédia. Essa narrativa – permeada pela ciência e fé, pelos princípios e dogmas – ganhou do autor o subtítulo “obsessão em três atos”. Amor, desejo e morte são os esteios que amparam e, ao mesmo tempo, balançam a estrutura das personagens. Herculano promete a Serginho (Sérgio Medeiros) – o filho de 18 anos, criado pelas tias – que será sempre fiel à sua mãe morta, mas seu irmão Patrício (Ricardo Martins), o antagonista ambicioso e cheio de ódio, aproxima Geni de Herculano,  para quem o sexo pleno é quase pecado. Já o vigor de Geni é sustentado pelo instinto e pela vontade de viver, embora ela se consuma na idéia de que irá morrer de câncer no seio. Salva-se por meio do sexo, seduz Serginho, mas acaba com a própria vida. A montagem do Armazém não é presa a uma época ou a um lugar. Sagrado e profano. A cenografia dá o suporte necessário a essa encenação não-realista, sugerindo as gavetas da memória de Herculano e suas portas giratórias que compõem uma caixa inteiriça de acrílico e ferro. As transparências sugerem vitrais coloridos de uma igreja ou de um bordel. O repertório da Armazém Companhia de Teatro é caracterizado pela dramaturgia própria, feita de parcerias do diretor Paulo de Moraes com o poeta Maurício de Arruda Mendonça (como nos últimos "Pessoas Invisíveis" e "A Caminho de Casa"). Agora, é a vez de Nelson Rodrigues.
– De tempos em tempos, o Armazém trabalha a partir de um texto já pronto. Isso ocorreu outras vezes, em “A Tempestade” (Shakespeare) e “Esperando Godot” (Beckett). É uma maneira de oxigenar nosso processo criativo: mergulhar no universo bem peculiar de um determinado autor. Neste caso, Nelson Rodrigues é o maior gênio da dramaturgia brasileira e isso justifica qualquer montagem – explica Moraes.
ELENCO
Patrícia Selonk (Geni)
Thales Coutinho (Herculano)
Ricardo Martins (Patrício)
Sérgio Medeiros (Serginho)
Simone Mazzer (Tia 1)
Verônica Rocha (Tia 2)
Isabel Pacheco (Tia 3)
Simone Vianna  (coro de putas/médico)
Raquel Karro  (coro de putas/padre)
Marcelo Guerra  (coro de putas/delegado)
Texto: NELSON RODRIGUES
Direção: Paulo de Moraes
Iluminação: Maneco Quinderé
Cenografia: Paulo de Moraes e Carla Berri
Figurinos: Rita Murtinho
Música Original: Arrigo Barnabé
Letra da Canção-Tema: Roberto Riberti
Músicos:
piano – Arrigo Barnabé
violoncelo – Raif Dantas Barreto
violino – Luis Amato
voz – Arrigo Barnabé e Simone Mazzer
Trilha Sonora Pesquisada: Paulo de Moraes
Projeto Gráfico: Alexandre de Castro
Fotografias: Mauro Kury
Produção Executiva: Flávia Menezes e Joana D’Arc Costa
Produção: Armazém Companhia de Teatro
Patrocínio: PETROBRAS
Produção local: Petrópolis em Cena
CRÍTICAS
Expressionismo até o limite”
“(…) O diretor Paulo de Moraes abandona qualquer conotação realista para buscar o caminho exploratório de uma tragicidade explodida. O aspecto quase delirante dos atos dos personagens se esgarça ainda mais para deixar que o humor do frasista e o trágico do moralista se encontrem numa montagem expressionista que distende os sentimentos até os limites da deformação. (...) Há nesta versão de Toda Nudez Será Castigada perfeito equilíbrio da linguagem cênica com a visualidade, que se complementam numa unidade expressiva plenamente integrada ao texto. A cenografia segue a linha expressionista da encenação, com suas portas às quais se prendem os corpos dos atores e que se abrem e fecham em preciso tempo dramático. O uso destas portas determina muito do ritmo da montagem e, mesmo quando o seu uso se torna menos frequente, a força destas intervenções se mantém inalterada. (...) O elenco se ajusta muito bem à conformação do espetáculo, buscando em interpretações de contornos físicos exigentes e peculiar maneira de emitir as palavras a unidade de atuação. (...)”
Macksen Luiz – Jornal do Brasil, 12 de dezembro de 2005
“Clássico”
“(...) A concepção visual do espetáculo é primorosa, com portas e painéis rotativos utilizados de forma surpreendente. O texto de Nelson Rodrigues, que ganhou a primeira montagem em 1965, continua debochado e incômodo, defendido por bons atores como Thales Coutinho (Herculano), Fabiano Medeiros (Patrício) e especialmente Patrícia Selonk, estrela da companhia, que dá voz e vida à prostituta Geni.” Lívia de Almeida – Revista Veja Rio, 18 de janeiro de 2006 .
 “Méritos da nudez”
“Junte o texto de um dos maiores dramaturgos brasileiros à encenação de alguns dos melhores atores teatrais do país. Adicione iluminação e sonoplastia magistrais e movimentos de cenário simples e dinâmicos que se transformam durante os atos. O resultado é a montagem de Toda Nudez será Castigada, peça de Nelson Rodrigues encenada pela Armazém Cia. de Teatro. Seguindo o tom célebre e inconfundível do autor, a trama é cheia de sexo e pudor, ciúmes e traição. (...)  Na montagem da Armazém, dentre todos os méritos, o maior é dos atores. Patrícia Selonk incorpora Geni tão bem que chega a incomodar. Entra na personagem com profunda emoção e vigor, criando um retrato nervoso e delicado da prostituta devassa que teme a morte e a solidão. (...)” Gisela Blanco – Correio Braziliense Web (Brasília), 11 de março de 2006
SERVIÇO
“Toda Nudez será castigada”
Dia: 05 de fevereiro (sexta-feira)
Horário: 21h
Local: Theatro D. Pedro
(Praça dos  Expedicionários S/N – Centro – Petrópolis (RJ) – Tel.: (24) 2235-3833)
Duração: 1h30
Classificação: 16 anos
Ingressos: R $ 20,00 e R$ 10,00 (meia-entrada p/ estudantes, idosos, portadores de deficiência, clientes Unimed Petrópolis)
Produção local: Petrópolis em Cena (Marise Simões e Francis Leoni – 7811-5940)

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