Petrópolis receberá entre os
dias 15 e 17 de maio, no Palácio Rio Negro, a mostra de Cinema Jean Rouch -
Cinema e Antropologia. O projeto oferece ao espectador um momento de reflexão
no encontro entre o cinema e a antropologia, realizando um grande diálogo entre
eles.
Durante os três dias, serão
exibidos cinco filmes do filósofo, engenheiro e etnólogo francês Jean Rouch,
seguidos de debates coordenados pelo curador e idealizador da mostra Flavio
Kaktuz. Haverá também a participação da historiadora e antropóloga Adriana
Vianna, que atualmente realiza pesquisa junto a redes de militantes e
familiares de vítimas de violência policial ou institucional.
A mostra tem o objetivo de proporcionar novas formas de pensar e de fazer
cinema, mostrando outro ponto de vista sobre vida e sobre as relações humanas.
A antropologia trará esse contraponto através dos filmes do diretor francês que
também era antropólogo e dedicou sua vida a compreender os seres humanos e a
retratar isto nas telas dos cinemas, por quase cinco décadas.
O evento integra a programação
da Semana de Museus, uma iniciativa do IBRAM juntamente com o Museu da
República e o Palácio Rio Negro, e conta com o apoio da Embaixada da França no
Brasil, da Cinemateca da Embaixada Francesa e do Instituto Français.
É importante frisar que todas
as sessões terão entrada franca e a classificação é livre.
QUEM FOI JEAN ROUCH?
Nascido em Paris, Jean Rouch
realizou ao longo de sua trajetória cerca de 130 filmes. Em sua juventude se
interessou pelo Movimento Surrealista e formou-se em Engenharia de Obras
Públicas. Em 1941, durante a guerra, foi trabalhar na África, onde presenciou
um ritual de possessão Songai - fato decisivo para se tornar etnólogo. Entre
1945 e 1946, Rouch concluiu o curso de filosofia e percorreu os mais de quatro
mil quilômetros do rio Níger, realizando seu primeiro filme etnográfico.
A partir daí foram surgindo os
prêmios e o reconhecimento na carreira. Em 1949, seu filme “Initiation à La
danse des possedès e circuncision” ganhou o prêmio de melhor filme
não-comercial na 1ª edição do Festival do Filme Maldito em Biarritz. Em 1957,
com o filme “Les Maitres Fous”, levou o prêmio em Veneza e no ano de 1958
tornou-se definitivamente conhecido e consagrado através do filme “Moi, un
Noir”. Em 1965, o filme “La Chasse au lion à l'arc”, filmado durante sete anos,
ganhou o Leão de Ouro em Veneza.
Já em 1966, fundou uma
Cinemateca e uma Escola de Cinema em Niamei e na década de 70 concretizou um
sonho ao filmar “Petit a Petit”, propondo aos africanos realizar um trabalho de
etnologia filmando os cidadãos de Paris. Em 1971, cria com Langlois e Enrico
Fulchignoni uma Escola de Cinema na Universidade de Nanterre.
Em 1987, foi nomeado diretor
da Cinemateca Francesa onde permaneceu até 1991. No ano de 2002, encerrou sua
carreira quando fez seu último filme “La revê plus fort que La mort”.
Jean Rouch faleceu em um
acidente aéreo em 2004, e em 2006 foi criada a Fundação Jean Rouch.
“Um filme é o único meio que disponho para mostrar ao outro como o vejo”
Jean Rouch
“Um filme é o único meio que disponho para mostrar ao outro como o vejo”
Jean Rouch
PROGRAMAÇÃO
15/05 – 19h - Crônica de um Verão Chronique d'un été (França, 1960) seguido de debate Cinema e Antropologia, com o Flavio Kaktuz e a antropóloga Adriana Vianna.
16/05 – 19h - Eu, um
Negro Moi, un Noir (França, 1959)
Pouco a Pouco Petit à Petit
(Níger/França, 1972)
17/05 – 19h -A Caça ao
Leão com Arco - La Chasse au lion à l'arc (França, 1965)
Mosso Mosso, "Jean Rouch
como se" - Mosso Mosso (França, 1998)
SERVIÇO
Mostra de Cinema Jean Rouch -
Cinema e Antropologia
Onde: Palácio Rio Negro -
Avenida Koeler, 255, Centro – Petrópolis/RJ
Informações: (24)
2246-9380 e www.taolongebempertodaqui.com.br
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